Desde criança lembro de ouvir muitas frases de efeito, dentre elas as que se referem ao lugar sempre me chamaram atenção, desde encontrar um “lugar ao sol” ou encontrar  nosso “lugar no mundo”. Sol é luz, luz é vida. Chuva também é vida, a vida veio da água que também está contida na chuva. Qual o problema de um lugar à chuva? O desconforto. Mas, o sol que brilha, que ilumina, dependendo do tempo de exposição pode tornar-se desconfortável e até perigoso. Mas, voltando ao lugar, a questão que mais me desperta curiosidade são os verbos que os acompanha: buscar, encontrar. Por que um lugar, por assim dizer, pronto? Perfeitinho e inerte, esperando para ser localizado. Se invés de ir ao encontro de um lugar ideal, cada um não firmasse um compromisso consigo em construir pouco à pouco o seu lugar? Mas um lugar  da existência que sempre estivesse conosco e que por onde passássemos fossemos compondo e recompondo conforme as experiências que vivêssemos. E que encontrássemos os lugares dos outros e que por certo tempo esses também fizesse parte do nosso. O lugar compõe-se de encontro, desencontro, reencontro, não exatamente nessa ordem. Mas, é movimento, é fluxo, é sensação, dúvida que vamos organizando para trazer sentido à vida. Expandir conceitos, decompor ideais e deixar-se afetar pela experiência – é urgência.